quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Como ratos de laboratório:

Por uma experiência simples, nós conseguimos fazer os ratos agirem pela percepção.
Rato;
Luzes de intensidades diferentes;
comida para rato;
e choque elétrico.
De acordo com a experiência, o rato é liberado após acender uma luz, para ir pegar a comida
Cada luz tem sua função.
Sendo uma a que ele pode pegar a comida normalmente,
outra, que ele vai levar um choque ao tentar pegar a comida
e outra, que não terá comida.
Após algumas tentativas, o rato ja distingui:
qual luz ele pode comer,
qual não terá comida e portanto não sai do lugar que está
e qual ele levará o choque, nesse caso, também permanecendo quieto
Trocam-se o os valores da luzes então
E o rato confuso, se perde... mas após algumas tentativas, ele consegue distuinguir novamente a diferença de cada luz
A idéia principal é: Eles aprendem por repetição
E você, já cansou de levar choque ou não?
(D.J.N.Meireles)

domingo, 14 de agosto de 2011

David Tomás Narvaez Cuevas


...realmente eu não escreveria nada em um dia comum, e não apenas por ser esse dia com denominação paternal... acho mesmo que apenas por ser um domingo intediante e muito quente, e acho mesmo que até a bebida que tomo agora, o torna diferente.
Mas então eu resolvi escrever algo, que não fosse o mesmo que estou lendo o dia todo...

Hoje, dia dos pais e eu não tenho muito bem o que fazer, não da pra comemorar, não dá pra presentear, mas eu não me importo com isso, mas gosto de fingir me importar. Na verdade eu gosto de escrever... então... bom...
Pai:

Criador? Aquele que cria, que educa, que ensina. Eu mesmo já tentei ser algo assim, criando e moldando, podando e direcionando as pessoas que me cercam. Mas na verdade, não funciona muito bem e elas se afastam. Talvez você já sabia disso, e por isso se afastou antes de eu me afastar.

Herói? Não sei da onde as pessoas tiram essa idéia, esse mito, esse personagem... penso eu que vem da mídia, que sempre coloca o pai com essa imagem.
Você realmente não é meu Herói, pode ter certeza, até porque heróis têm responsabilidades e deveres de mais. Não se preocupe, você não precisa caregar esse peso, já tenho os meus próprios heróis.

Amigo? Acho que com a convivência você pode conquistar a amizade, é bem possivel, mas nunca certo. Mas eu sou totalmente da idéia de que familía não é amigo. E amigo, eu tenho que dizer... é uma coisa que vale e é boa, mas não a todo momento.

Família? Defina família... laços afetivos... sangue... que seja, família é aquilo que a gente não escolhe e serve pra te atormentar, mas todo mundo deve ter uma, pra poder se aguentar e não cair sozinho, sem vontade de levantar.

Um cara? É um cara, como qualquer outro, desses que está andando na rua... talvez um mendigo, talvez um hippie, talvez apenas um cara perdido. Que eu não conheço, que eu talvez nunca mais vou ver, mas que por um instante me tirou a atenção, me roubou um papo, se apresentou e me fez apresentar. Com uma conversa boa, de gostos similares. Musicais, astrais, políticos, sábios... Essas são as pessoas que mais me levam algo de bom, que mais deixam algo de bom comigo. Então pra mim, você é uma pessoas da rua, que num espaço tempo, me ensinou algo e deve ter aprendido também.
E é só por isso que eu escrevo pra você hoje.

Talvez você nunca venha a ler esse texto, talvez eu nao te veja mais... mas aquele encontro de pouco tempo, fez você ficar nas minhas palavras.

Feliz dia dos Pais!
(David Júnio Narvaez Meireles)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entre-Vistas

... cara, primeiro dia que de emprego e eu aqui morrendo de sono.
Caramba, todo mundo veio com camisa nova. Eu pensei em vir, mas... sei lá
É, realmente eu devia ter vindo com a camisa nova
Os caras vieram de gravata...
tá certo que teve um que também veio sem gravata
Deve ser por causa da idade,
mas ele veio com camisa nova
Bom, mas a camisa dele também está amarrotada... mas acho que o pano é diferente
A minha parece suja.
Olha essas mangas, que estranho, estou muito estranho... que camisa velha
Acho que a dele é nova, com certeza... deve ser nova
Acho que só eu não vim de cinto
Cinto, nem sei pra que, nem faz diferença... na verdade faz né
mas na verdade não faz
é tipo: com ou sem cinto minhas calças ficam no mesmo lugar
Mas olhando daqui, o cinto faz diferença
Cinto... Sinto muito
Os que vieram de Blazer e gravata, com certeza estão com a camisa amarrotada também
Tá ai, o porque do Blazer
O Blazer esconde a camisa... interessante... é bom usar o Blazer
Mas e a gravata?
Só pode servir pra esconder os botões... só pode...
com certeza...
é bem possivel que seja isso...
deve ser...
eu acho...
Bom, quem sabe?
Sabe? Devia ter vindo de camisa nova
Essa parece está muito amarrotada... não devo estar muito pior do que eles
Eles devem estar pensando que estão pior do que eu... ou não
É quase um paradoxo:
'Quando pensamos que estamos pior do que os outros, é uma verdade
Quando pensamos que estamos melhor, é uma mentira'
Deve ser verdade
Deve ser mentira
Melhor eu colocar o Blazer... realmente eu devia ter vindo de camisa nova
- Bom gente, vamos subir?
Vamos. Espera...
Puts, esqueci o Blazer!
...
(D.J.N. Meireles.:)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

"eu que me queixava de não ter sapatos, encontrei alguém que não tinha pés"

Ser assim, um tanto medíocre aqui
ser um todo, ser um nada
sei que o mundo parece não se sentir
favorece o desprezo a ti

Sendo então prevalece a solidão
o egoísmo da nação
vejo o mar... porém não há
nenhum barco pirata

todos querem nos humilhar
e esperamos a ajuda que irá chegar

seremos fortes por chorar
corajosos por sentirmos medo
sábios por termos que errar

"ninguém é tão alguém
que nunca
precisou de ninguém"

Meu amigo olhe para mim e diga
quem você vê,
sou eu ou simplesmente você?

Veja você reclamando do que tem
Há pessoas que não sabem nem se são alguém
Sonham em ter o mínimo pra viver
E você se preocupando quando vai morrer
Sapatos pois bem, fique com os meus
Mas me promete:
Se achar um par de pés me mande para que eu me complete.
(D.J.N.Meireles.: Música Sapatos)

domingo, 24 de julho de 2011

Para explicar um quadro, todos podem fingir. Mas entendê-lo, apenas quem pode sentir.

os traços e as cores dizem respeito...
sua mente viaja não só pelos céus, como pelo mar
flutua livremente em sintonia, sem restrições
e o tom, insinua a calmaria e certeza de seus sonhos
seus olhos brilham, como uma semi-nova a expodir
e liberam esperanças para todas as direções
seu nariz inspira a alegria do mundo, e absorve em sua respiração
todo o bom que envolve o teu gosto, e meu cheiro ainda sente
Ah! Sua boca, asopra palavras e sons, numa leveza
e amor, moldando a cor de nossa visão
e você é toda paz, mas de difícil discussão
todas as linhas se cruzam, mas se prestar atenção
percebe que são convergentes em seu coração
e do que se lembra em sua vida,
rosada de beleza e de bordas negras?
o mesmo ser que te acompanha, rastejando...
em estática numa crisálida, e voando...
esse que está ao seu lado
entenda como quiser, sabe quem é...
(D.J.N.Meireles.:)

Elo


sabe o que mais?
você é minha aliança com Deus, que de presente uma vez
nos deu...
o colorir do céu entre raios de luzes e gotas de água
hoje ele me deu a pintura do teu sorrir em mim
carregaste por um tempo meu presente em teu colo
carrego sempre que posso
minha aliança com o amor, do seu tocar
para acertar
rego a esperança nessa aliança
que não separa, que de dentro pra fora é uma e uma
duas dispostas em simbologia infinita
como um Elo
ele, ela, Elo...
que parece não dar liberdade, mas deixa fluir
que é mais forte que um aste, o que achaste disso assim?
ainda que não veja o teu olhar
sinto você alcançar suas proezas
e passe tempos, contados...
quando te ver sentirei o mesmo frio na barriga
e você ainda me olhará daquele jeito
escolha a quem se apegar, o que pegar
mas esse Elo não vai separar...
se apagar...
sabe o que mais?...
(D.J.N.Meireles.:)

sinto frio na barriga

sinto frio na barriga, não pela temperatura
mas pelo medo de ter coragem...
penso em ser frio pra que eu possa esquecer
e fazer pegar raiva de mim e de você
te tratar com indiferença, e pra mim tanto faz
fazer cara de quem nem se lembra
porque acredito que é assim que vai me tratar
penso em tratar-te como se fosse o ultimo dia
em tentar te conquistar, te fazer me olhar
brincar e surpreender sua calmaria
penso em ser longe, ou perto de mais
penso que não quero, mas quero muito mais
não sei como te tratar, quando te encontrar
sinto frio na barriga até hoje...
e tenho certeza que apenas vou ser assim
desse jeito que te encontrei pela primeira vez
daquele jeito tímido e bobo de ser
fazer você falar sem nem ao menos te tocar...
quando pensei ter perdido a chance de te ter
mas fiquei na esperança de te rever...
e depois você já sabe...
que no seu medo eu te dou coragem
(D.J.N.Meireles.:)

esquentando seus pés


caminhe com seus pés, para se distanciar, para desistir
até não mais aguentar, e os pés pararem para descansar
eles voltaram ao lar para uma noite dormir, mas nunca deixe de seguir
pois esses pés que deixou, são os que iram os seus esquentar
(D.J.N.meireles.:)

estou do seu lado

eu queria estar mais do seu lado como eu digo que estou
não consigo te acompanhar, não consigo estar sempre que precisa
mesmo não fazendo parte de sua vida, gostaria de te ajudar sempre que precisar
não estou sempre, mas tento estar o mais perto possível, sem encomodar, mesmo encomodando
peço desculpas por não poder te dar força quando se sentir pra baixo
mas daqui de longe eu vou tentar sempre fazer o que puder pra te ver bem
não consigo fazer parte da sua vida como gostaria, mas vou fazer bem a ela como queria
não consigo conversar contigo como gostaria, mas tenho palavras pra ti, todo dia
mesmo não podendo te tocar, quero te dar a mão em qualquer lugar, em qualquer tempo que for
eu estou aqui ... estou ai em você
seja como for, eu não vou viajar pra lá... siga só, mas saiba que estou do seu lado
e sempre, durma bem... nessa hora é que eu oro por ti também
(D.J.N.Meireles.:)

Romeu X Don Juan

odeio quando dá papo de mais
quando sapo não mais principe
e o encantado se desencadeou e libertou
o que tinha em laço...
sempre achei o Romeu Menos Interessante que o Don Juan DeMarco
mas a princesa sempre vai de contra
ao que já acreditou e conta
que ja se esqueceu das loucuras de um
e já se enlouquece com outro...
isso poderia ser ilário
se fosse no mundo imaginário...
mas é real...
(D.J.N.Meireles.:)

Não sonhe de mais


o sonho não é o país das maravilhas...
mas eu acho que sou o chapaleiro maluco
porém:
não idealize de mais o seu sonho
não deposite esperança pois os juros são altos
não acredite com tudo que pode neles
pois assim os sonhos jamais se tornaram realidade
ao acordar de um sonho, esqueça-o
pois ele fará questão de te esquecer
perca-o, pois ele mesmo vai se perder
os sonhos, eles não sabem o que viver
eles são apenas momentos e não gostam de se prender
gostam de passar por outras almas
gostam de visitar outros corações
e de se alegrar com sorrisos diferentes
o mesmo sonho quase nunca volta n'outra noite
mas se o sonho te perceguir mais uma vez...
então ao acordar, guarde-o na memória e só
apenas não se esqueça, mas não volte a dormir
e se o sonho então voltar pela terceira vez...
acordando-te na madrugada, escreva uma carta
registre a história e durma sem preocupação
faça uma oração
se por um acaso o sonho te visitar novamente...
desenhe, pinte um quadro de cores e tons
se ele vier pela quinta vez...
faça uma música de acordes em outros tons
e cante para dormir
se o sonho ainda sim te acompanhar...
faça um filme, comece a gravar
faça falas, faça cenas, faça-me sonhar
se receber essa cumplicidade dele
por tantas vezes
agradeça à todo, por todos, e por tudo
já é tão dificil ser sonhado mais de uma vez...
em todo caso, se o sonho andar contigo mais e mais
segure a sua mão, e siga sonhando com ele
pois acaba de se tornar real o que você sempre sonhou
e agora vive acordado pra fazer o sonho dormir
em teus braços pra fazê-lo
sonhar... acordar
de um sonho que acaba de começar
(D.J.N.Meireles:.)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nova mente

novamente, a mesma coisa acontece
eu nem sei por que ainda escrevo sobre isso
você vem derepente quando está perdida
pra eu te achar
pedindo um sorriso, um abrigo, uma palavra
pra te dar
e logo após que se encontra, fecha a conta
vai pra longe, se esconde
e não me deixa entrar
e eu ainda fico tentando entender
se tudo isso é por querer
ou porque outro modo não há
(D.J.N.Meireles.:)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Menina que Balança a Rede



Chega balançando de lá pra cá
Me envolve no teu braço de mulher
Gira-gira pra poder voar
Menina dança na ponta do pé

Andando nos caminhos que fizer
Chego onde você estiver

Menina que balança a rede
É a mesma que mata a sede
Me faz chover em sertão
Suave coração

De cima dessa parede
Que eu sinta e que eu me deite
Pinta a minha vida
Com risadas de alegria
Faz de mim você
E seremos um só ser

Pedra, lago, corro, eu e ela
Vem sorrindo me fazer feliz
Bola, pula-corda, barco a vela
Colore com amor o meu nariz

Fotos de sorrisos que sorrir
Quadros que me fazem te sentir

Menina que balança a rede
É a mesma que mata a sede
Me faz chover em sertão
Suave coração

De cima dessa parede
Que eu sinta e que eu me deite
Pinta a minha vida
Com risadas de alegria

Menina que balança a rede
Vem matar a minha sede
Me dá um copo d’água
Pra essa vida ressecada

E faça com que eu me deite
No teu colo eu me ajeite
Vem brincar comigo
Vou viver contigo
Mostra com faz
E me dá a tua paz

(D.J.N.Meireles.: Musica Menina que Balança a rede)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dia da Mentira

hoje, e só hoje dia 1° de Abril
eu posso dizer com certeza...
eu hoje não te amo mais
não penso mais em ti, nem me lembro do que somos
hoje eu decidi, acabar, me acabar...
me desleixar
não mais querer, muito menos sofrer
sem mais visitas, sem mais falácias
ou ligações, interurbanas
sem lições humanas
hoje você vem aqui por perto e visita alguém
que passeia também
então pra mim hoje não existe
sumiu, some... cadê?
hoje eu cansei de esperar
de confiar na palavra
de algum dia te reencontrar
hoje não existe mais amor
o que é isso? ... vai saber
hoje não...
tudo vai pro lixo:
você, e você também, isso aqui
mais aquilo
não preciso deste livro
nem daquela foto
mudo o gosto musical
aquele nome não precisa estar ali
vou pintar meu quarto, minha cara
esconder de tudo que me persegue... de você
hoje eu nem penso mais
só escrevo, e não tem porque
você nem mesmo vê
siquer uma consideração
então hoje não tenho mais coração
hoje não é para todo o sempre
hoje nem é além da vida
hoje é só o dia da mentira
(D.J.N.Meireles .:)

domingo, 10 de julho de 2011

Você Chegou Sorrindo

no meio de tanta multidão,
de perdidos, achados e idos na estação
de olho nas horas e oras, não se passam não
não ficam então...
desses devaneios solitários ainda se prende a 1 minuto
que se passa a um longo momento, tempo...
só eu penso nas falácias de todos juntos
e passa mais um minuto
que eu só vejo o braço ali marcando
um risco pra mim, um risco assim
só olho para os lados, onde todos saem por um momento
e deixam passar aquele sentimento...
num minimo erro de tentar esconder os autores
se fazem de atores e não se lembram de quem são
e eu me esqueço por um momento de que sou
e menos um minuto do meu pensamento acabou
e mesmo com tanta preocupação, desses olhares, desses dizeres
e a insensata condição de não poder acompanhar um só dentre os seres
eu olhei você indo,
mas nunca esqueci
que você chegou sorrindo
(D.J.N.Meireles .:)

sábado, 9 de julho de 2011

quando a Vitória se vai...

leva contigo todo a cor
aos montes, leva o colorir dos lápis
das tintas leva o charme
tira o sorrir das crianças, de nariz pintado
a esperança de um soldado
contigo vai a guerra, mas também a paz
e o que resta nada se faz...
leva contigo o romance dos filmes
dos amores leva o choro e a celebração
o se lembrar de alguma ação
leva contigo os finais de fadas
e os meios de se fazer entender
as meias de algodão... veste a saia
saia... saio... saiu
fugiu.
leva contigo as manhãs alegres, de sonos bem dormidos
de sonhos bem vividos e de acordar pra te ver dormir
dos dias idos.
leva contigo também o som, o tom, a sonaridade, a tonalidade
da chuva de tarde
os passeios no parque e as surpresas do reencontro
leva contigo Deus e todo o mundo que ele deixou
as palavras tua de quando me encontrou
leva toda a magia da crença, leva a mágica essência
o palco e os atores de nossa peça, leva o teatro sem pressa
a presce nossa que alcança o céu...
as noites de frio debaixo da coberta
de quentes entrelaços entre nós
leva contigo
a beleza de se fazer um livro
de terminar a história...
de visitar outrora as vontades e buscas
minha fé de acreditar em ser
a procura da perfeição, da mudança do ver, do olhar
leva contigo as cenas de cinema que fizemos...
leva o que acontecemos
a graça dos animais de estimação, e até dos que selvagens são
do sorriso dos recem nascidos, e dos ja bastante vividos
o brilho de cada olhar pelo encanto de ver algo deslumbrar
minha vontade de bicicleta contigo ir passear
de fazer pic-nic por ai, em qualquer lugar
levar no rio, no mar... na cachoeira se banhar
te conquistar...
leva contigo mais de tudo e menos de pouco
leva meu louco, meu lúcido... meu oco
quando se vai, leva até meu quarto, meu terço, oração
e isso faria alguma diferença...
mas sei que quando vai, me leva em seu coração
vitória de todas as minhas conquistas
plenas, inteiras, malditas, abençoadas, esquisitas...
amadas
são todas levadas...
(David Meireles .:)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Utopia

"Um voô...Decolam para mais uma viagem astral. A mais colorida e diferente. Hoje passaram por muitos céus. Chegaram à porta, entraram. O que vêem? ..
... Fantasia sonhada a tanto. Coisas que jamais pensaram em ver. Quantas cores, tingindo os pontos insignificantes de um tempo maluco. Os olhos desejam fechar...
... Mas ficam na insistência de permanecerem abertos. Quantos olhares perturbadores e quisitores. Palavras cortadas e frases sem fim. Um descanso
... Pensa e vê o colorido radiante dos estranhos. Tudo flutua; as cores, as coisas e vagabundos pontos...
... Confuso, quer retornar. Descansa. Quer retornar. A trajetória continua. Cores, coisas, pontos, substancias e tudo ...
... Todos movimentos são lentos. De repente um estalo. Descansa pesado. Olha e vê o mundo real. Quanto tempo? Pousa as escuras ...
... Não quer mais viajar. Pra que? Se ali onde está encontra tudo... Pensa. Analisa e decide ...
... E tudo é como antes. Somente o colorido acabou? Não também os rostos já não lhe parecem estranhos. Retornou ao mundo real. Mas que mundo é este, onde os desejos são todos fantasias.
Para que viajar? Paraíso... Qual? Não adianta, por mais que deseje sua vida não passa de uma Utopia ..."
(Lêda Meireles 13/01/84)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Na Chuva que Cai

é verdade, na chuva que cai, sobe o olhar
quem vê a idade de céu vem de trás
é verdade também que pra baixo se vai no luar
as mentiras lavadas dos olhos que você me traz
é verdade que nesses dias eu deito no chão
do colchão que de ar nos contém em teu solo
é verdade que de mentiras somente, sementes não hão
gotas felizes mantidas em nosso colo

da chuva cai o choro, da luva vem o coro
da pura a clareza, do claro a nobreza
do céu vem o anil, do rio a correnteza
no mar o nosso canto, do riso a nossa flor
desse frio eu não me importo de a perna sentir dor
mas sinto falta do completo que vazio hoje estou
do buraco que deixou, sua presença faz ausência
na chuva desse frio. o corpo, mente, o coração sem te
saudade do nosso Amor
(D.J.N.Meireles .:)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

um cordel bobo para você...

ouvi dizer em algum momento tolo
que até mesmo o mais bobo
sabia começar uma rima
sabiá que até se afina
em papel era uma vez
talvez para mim eram duas, três...

não se apegue aos detalhes
não se engrandeça, para que não falhes
apenas ouça o que eu contar
é tudo que importa mencionar
o todo que falta nós já sabemos
essa história fomos nos que escrevemos

dizia-me ela as palavras mais belas
os assuntos lúdicos a luz de velas
gostava eu de passar os dias e tardes
as noites também, ouvindo suas partes
fazia eu, toca-la pelos cantos e aos montes
deitava ela ao meu lado, como amantes

ao meu ouvido de pé
- Ro haihu auîeramanhé
dizia-me ela com uma voz dengosa
de dia era calma e de noite fogosa
de lua era assim que mudava
as vezes nem mesmo eu a encontrava

falava-me dos sonhos que ainda busca
tua luz que jamais ofusca
família quer ter, uma casa rural
velhinha dizia que eu estaria em seu mural
sua força vitoriosa de guerreira
me ensinou a não perder as estribeiras

ontem dizia-me tudo
falava sobre o mundo
completava meu discurso de revolução
não ficava ai parada não
quero ver aquela criança sorrir,
aquele idoso feliz antes de partir

hoje diz-me que nada faz diferença
mudou tanto e cresceu em minha ausência
digo que não perdeu sua enssencia
mas você não quer voltar a adolescencia
ser criança em meu colo por um momento
ser a mulher que eu apresento

dissi-me ela:
- Quero pular de para-quedas!
disse que lá eu estaria
ao seu lado sempre ficaria
que fosse para escalar, para cair
saltar lá de cima e vê-la sorrir

disse palavras pesadas
fiz você dizer de mãos atadas
dos laços, fiz nós apertados que fosse
não deixei livre a beleza que me troxe
disse-me ela: - Bebê (ainda que não mais na idade)
digo a você: que sinto saudade
(David Meireles)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

os poemas hoje não valem nada

tempo atrás se fazia poemas pra alguém
e por puro desprazer, um dia...
os poemas se apagaram
e alguém fico com remorso
ou ninguém quis mais escrever por prazer

naquela época, um poema não se vendia, naõ se trocava
era apenas entendido e amava...
mas os poemas hoje não têm valor
não falam de amor...
não se prendem a dor...
não se tem escritor
não se perde tempo para ler

hoje os poemas que escrevo, como sempre
são para você...
(D.J.N.Meireles :.)

O Mito da Montanha

dizia-se em tempos antigos
sobre a vida de um homem em falta
que enfrenta todos os impecílios
para alcançar a flor mais rara e mais alta

dentre tantos desafios e perigos
tentavam todos, escalar as pedras e árvores
e sei que em alguns tempos idos
já se foram alguns bons rapazes

o sonho de todo ser que nada sabia, mas almejava
eu também pude ter essa vontade, que chamo de encontro
entre o laço de teu sonho e o sorriso que falava
fui eu subir a montanha até o alto ponto

e passei por difíceis tarefas
improváveis escolhas
quedas e quedas, faz...
da montanha uma escola

até conseguir chegar ao cume
a crista onde ela fora se encontrar
e quando senti o teu perfume
senti também os pés flutuar

a flor mais bela de todas era uma borboleta rosada
que abriu asas... me fez voar
me fez ver o mundo lá de cima da sacada
me mostrou o que não entendia, o Amar

é sim, e eu duvidando que poderia ali ficar
consegui me convencer dessa toulice
e não mais a borboleta pude acompanhar
tive uma queda, e fiquei em meio termo da burrice

não sabia se podia voar, ou se parava de tentar
oscilava entre estar perto e estar longe
tentava toca-la mais nada adiantava, só azar
e eu queria, mas caia mais, e orava como um monge

teu perfume ainda me sustentava
mas meu peso me baixava

até que você me libertou
deixou-me cair de uma vez
foi morar em outra serra que inventou
e eu bati, uma duas, três...

bati na pedra, no chão
fiquei triste por saber
que não teria perdão
e que não ia mais te conhecer

mas olhei para o alto e percebi
que se estou aqui é porque não mereço você
e agradeci
porque sei que não mereço hoje, mas isso não é o resto do viver

se não me mantive plainando ao seu lado, é porque não estava pronto
não estava pronto no momento
mas não quer dizer que vou desistir desse reencontro
serei o teu perfume novamente, não mais um tormento, nem lamento

eu já subi até ai
e vou novamente
pra te ver sorrir
vou de uma forma diferente

por mais incrivel que seja tudo isso
sei que a borboleta tem medo de altura
mas permanece lá do alto esperando abrigo
de alguém que a possa segurar se a queda for dura

mesmo que pareça sem esperanças essa jornada
a história conta que não termina agora
cada passo meu será uma fala rimada
o ponto mais alto do meu querer, Vitória
(D.J.N.Meireles .:)

Belle Époque

Assis au balcon je me souviens d'un momento
Jé me fais sentir ce qui personne jamais fait voir.
Le vieux temps de gloire et de charme, de la beauté d'un monde en paix.
L'époque de l'art-nouveau, l'art du quotidien d'un mond ardent.

Rroyaume de lumière, l'âge d'or, belle époque, siècle d'enfant.

Maistenant je peux voir les reflets des innonvations de l'archicteture.
Les librairies, les théâtres, le cancan, les cafés, les boulervards, Paris.
L'intellectualité planait sur la Ville Lumière de la culture bohème.
L'époque des cabarets impressionnistes, le téléphone, le cinéma, l'avion.

Rroyaume de lumière, l'âge d'or, belle époque, siècle d'enfant.

Mas ao fim de uma linda história de canção de guerra.
É deprimente ser um a mais, sabendo o que deixamos pra trás.
Não pensamos no irmão que gostaria de viver
Como criança, idade ouro, o mundo que nasceu de novo.
Inventos que deixaram comigo, desilusão para um bom amigo.

Olho pro céu e vejo você dando-nos liberdade e Paz.
Se nós soubéssemos como saber, tudo seria nada de mais.

Mas ao me levantar da cadeira, saio de minha varanda a lembrar.
Que como a ultima frase, a primeira, acaba a história à minha porta eu entrar.
(D.J.N.Meireles .:)

Constância a mulher inconstante

sabe quando se tem um ar de vontade
e nada te faz esperar na cama?
sai de encontro com o tarde
e só volta ao encontrar quem se ama?

foi quando Constancia eu conheci
que era bela de sorriso calmo
e aquele olhar do qual nunca me esqueci
e só pra ela eu disso... amo

mas que Constância era assim não há de ser nada
o que lhe tinha diferente? Era descontrolada
em alguns dias se portava como dama
outros lá que iam cavalgando
de vez, fazia cara de mansa, mas que fama...
Constância era um ser por ai vagando

deitava sobre os braços e poeticamente sonhava
e de ódio a minha frente ela até chorava

desnuda ela sentia o ardor da água no corpo
e o suspiro meu que lhe arrepiava aos poucos

e do nada, apenas por mudar
ela se irritava com algum ato
queria se isolar
e nada falava sobre fato

Constância as vezes sonhava ao meu lado
eram sonhos de se realizar por inteiro
e quando dormia trocava de lado
e eu dizia que era perfeito...

mas Constância nunca foi assim
quieta parada
tinha um tesão pela palavra
"liberdade"
e sem ela era o fim

é, sem ela foi o fim de mim
ah sim!

aprendi muita coisa andando torto com a moça
aprendi a acertar o paço e ser menos grosseiro
aprendi a crescer mais, e que Deus me ouça
tenho tanta coisa pra aprender
que peço a ele pra não me inverter

conheci Constância de um jeito sem igual
e mesmo tão incerta do dia, da opinião
ela era firme em si e bastante natural
nada era forçado, nem fingida era sua emoção

havia dias em que ela me surreendia que me pasmava
outros, se aquietava sem dizer algo, apenas curtindo
o pouco som e descanso que tanto amava
e ainda sim haviam dias que ela me enlouquecia, indo...

quando voltava era mais radiante que de tarde
era mais adiante que andava metade...

tão inconstante a jovem que não a saberia descrever aqui
tão correta de tudo que não poderia deixa-la ir
e por isso a perdi... por não deixa-la por ai
até a saudade vir

mas sei que Constância mesmo assim ainda me carrega
e quando se perde tão longe, me toca em segredo
e para um instante pra me ver dormir, e rega...
nossa flor de algodão, de doce de rosa, pra destrair o medo

criatura que em dias se encontra de cama e de sofá
que da beijinhos em meio ao público
mas se agarra a Sol e Fá
fica contente com presentes e feliz andando pelo parque
há quem diz que era doida como Joana d'Arc
e mesmo assim, contente estava a te enxergar

Mas, se querem saber, não sei por qual caminho se encontra tal persona
e talvez não saiba de jeito algum
mas acredito que avisto ela novamente
por qualquer lugar, que seja todos ou apenas um
Constância há de me achar minha gente...

meu coração ainda carrega em teu colo o seu amor
risco meu braço com o amar que me deixou
(David Meireles)

terça-feira, 21 de junho de 2011

que tô fazendo aqui?

que cê veio fazer aqui?
fazer de mim, assim sem fim.
donde cê saiu pra se esconder do sim?
pra se fingir de ir...
sem ao menos saber o que diz
sem ao menos saber por que fiz
por que quis...  
pr'onde vai você assim?
a sim, você veio me avisar
que não está mais no ar
que pode até caminhar, que vai voar
assim você me deixa sem o que falar
e o que eu vou fazer ai
se nem sei mais te carregar?
se não sei nem mesmo te olhar
que cê veio fazer aqui agora
só pra me ninar...?
(D.Narvaez :.)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

As Verdades Sobre Mim

as pessoas acham fielmente que me conhecem,
que sabem do meu humor, do meu querer, que sabem de tudo que eu sou
acreditam que são minhas amigas... e que eu acredito nisso

as pessoas acham realmente que a minha vida é daquele jeito...
que eu tenho um pouco mais de dinheiro
que eu tenho uma educação e formação mais elevada
que meus costumes são até um pouco mitidos de mais
mas na verdade eu não sou ninguém além de filho de artesãos
de camelôs, um povo doidão que ouvia rock 'n' roll
e fumava os planos que faziam
que sempre me faltou um pai, é verdade... então eu tive que tomar
todas as decisões de grande importância, e tomar conta dos meus vícios
que nunca me faltou uma mãe, também é verdade... então eu tenho
uma conversa aberta com a pessoa que mais me da conselhos, mas que e nunca sigo

as pessoas pensam instintivamente que eu sou assim um tanto quanto sedutor...
que não sei amar e nem deixar ser amado
mas de Don Juan, nem o DeMarco eu tenho nada
na verdade eu sou apenas alguém que se fechou, por agora, por hora...
por ja ter se entregado, por já ter tido um sonho que só sonhou
que nunca me faltou todas, é verdade... e eu sigo assim sem a menor esperança de encontrar
que sempre em faltou alguém, também é verdade... e eu fico assim, sem vontade de esperar

as pessoas acham conclusivamente que eu sou inteligente
que falo coisas estudadas e conclusivas, que eu tenho a resposta pra tudo...
que eu observo os detalhes e raciocíno sobre todas as ponderações, ponderando todos os ensinos
mas na verdade eu apenas me imagino sendo um desses tão adimirados seres
pelas coisas que diziam, que faziam...
e tento ser assim para não ficar sem ter o que mostrar pra mim ...
e mesmo assim eu não consigo me convencer de que não sou nada que eu possa me orgulhar
que nunca me faltou informação, é verdade... e eu leio pouco sobre tudo, e entendo nada sobre o pouco
que sempre me faltou sabedoria, também é verdade... assim eu tento enganá-la com a minha coerencia desconexa

as pessoas acham discretamente que eu sempre quero disputar
que eu sempre penso que vou vencer, que elas são mais fracas do que eu
que eu não perco e não me abaixo pra ninguém que tenta ser o que eu quero ser
mas na verdade eu apenas tento não deixar transparecer as conquistas que eu deixei de ganhar
por não conseguir ser, aquilo que as pessoas são.
que nunca me faltou apostas, é verdade... será que já corri de alguma?
que nunca me faltou coragem, é mentira... pois ai onde escondo a franqueza

as pessoas acham discrepantemente que eu sou atoa por natureza
acham sem sombra de dúvidas que eu nunca fiz nada, que eu nunca corri atrás
acham que sempre são mais crescidas do que eu, que podem falar mais sobre a vida
por terem trabalhado mais...
mas na verdade eu apenas tento alcançar meus objetivos de maneira diferenciada da de vocês
sem reclamar, sem falar do outro, sem me impor maior que ninguém...
apesar de já ter feito muitas coisas que vocês não teriam coragem de fazer
eu calo, e vocês nunca sabem na verdade o que ja fiz
que nunca me faltou oportunidades, é verdade... e eu aproveitei muitas delas, mas não todas por inteiro
que nunca me faltou tempo, também é verdade... porque eu, diferente de vocês, escolho o meu tempo sem reclamar do tempo dos outros

as pessoas acham convincentemente que eu sou assim, do jeito que elas acham
do jeito delas, eu sou aquilo e aquilo outro também... ou não
acham mesmo que eu não sou o que eu não deveria ser
mas na verdade eu apenas me invento em personagens que crio pra você
pra você... você e você também
e eu mesmo, só me conheço e só eu só.
que nunca me faltou inspiração, é verdade... e eu invento um rosto e um sentimento pra viver
que sempre me faltou ser, também é verdade... e eu sou aquilo que eu convenço ser
antes e depois de você me lêr

as pessoas acham dedutivelmente que você acha que eu sou aquilo que você acha que eu não sou,
mas na verdade... elas não me conhecem
só você.
(D.J.N.Meireles)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Acordei

hoje acordei dando risadas
num sorrir de gargalhadas
ao espreguiçar, me veio a frente
como uma imagem a mente
de você acordando manhosa
com carinha de dengosa
e uma voz de preguiça plena
na cama, aquela cena
(D.J.N.Meireles .:)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Costa(s)

hoje eu (era) na costa, no litoral
por aqui ando nas covas de areia
nas dunas de águas de sal
eu escrevo, então leia...

ontem eu (serei) seu calor final
e era seu lugar prerferido
as costas, no literal
e eu era abrigo...

amanhã eu (sou) um nada igual
e penso em te ver
por um instante que tal?
e ai eu volto a ser...
(D.J.N.Meireles .:)

terça-feira, 1 de março de 2011

Meu primeiro Projeto


a cidade que eu criei então hoje já não é mais como eu havia feito e tal...
moldado, planejado, desenhado a traços de um formato sem igual
não há mais as cores que dexei, e as ruas afinal
todas invertidas, trocadas de mão e sem sinal

minha cidade, tão perfeita cidade que um dia eu explorei pra fazer crescer
que um dia eu me dediquei para ela jamáis esquecer
e fiz o som passar pelos seus muros, e fiz valer
cada paço no escuro do seu ser

oh cidade que tão pouco sabe agora do que foi sem dor
mudou os ares, fez muralhas, e pra apagar os pontos meus, faz o que for
sempre me deixando de lado, apenas lembrado quando não há morador
é desse jeito sim que acontece, um dia ela celebra a nova vizinhança de amor

n'outro dia tão cinza ela se lembra do nome de que a criou
mas hoje eu devo dizer minha cidade, que eu não estou
você se mudou e é sempre bom, mas pra algo que eu não conheço, se mudou
hoje você não mais é sentimento e se petrificou

minha cidade, ainda que minha mesmo que já se passe idade
você hoje me faz mal com tantas coisas que me mostra a vontade
mas uma você se superou, e eu me decepcionei com seu pensamento sobre mim. Cidade,
as ávores eu não vou mais regar, nem as falhas concertar, eu preciso dizer a verdade
vou te destruir.

(David Meireles .: - 01 de Março de 2011 )

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

aprendendo-me:

palavra composta; a sufixo de negação; pren.den.do (v.t.direto/gerúndio) + me (posessivo); prender a si próprio, se auto aprisionar; a.pren.den.do-me = Libertando-me.

(por David Meireles .:)

acha mesmo que o melhor é estar perto de mais?

até parece que nem leu as minhas cartas,
meus desabafos, meus medos e vontades...
não precisa entender o que acontece
eu disse, parar de escrever e ainda estou aqui
e de novo como sempre foi, continua sendo
você não precisa de mim enquanto se sente feliz
mas eu queria você chorando e sorrindo...
(D.J.N.Meireles .:)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dinheiro –“Resenha crítica ao ideal não abtual social empregado” por David Meireles

Em um dia de chuva, como esse, me passa pela cabeça idéias de um algo que não se pode dizer. Diante de uma visão de opressão travestida de liberdade fingida como a que se vive, tem-se de cuidar das palavras ditas e até mesmo as não ditas, as “dizidas”, os dizeres, os desastres sempre caem sobre os menos “disfrutosos”.

É fato que como aqualquer lei da natureza se perdura socialmente também para indivíduos de ambição monetária e não só na teoria, como na prática. O intuito de cada ser é o ter do outro, mas o efeito é qua de cada ser se acresce ao mesmo, o próprio ter, seja negativo ou positivo, dependendo apenas do ser. É fácil perceber a jogada de marketing, por uma simples frase metódica: “o rico fica mais rico e o pobre, cada vez mais pobre”.

Dar-se-à então início a velha discussão inflacionária. Ter é poder?

Faço das minhas palavras uma resposta sem cancelas, nem celas, porque como já avaliado, poda-se muito do que se tem para poder viver entre os outréns. Começo assim o intuito de dizer que nada se tem apenas por intuito e sim por ter.

Conceituam a sua existência, de modo falho e distorcido do que realmente se faz. O que se diz não é o que se pratica. Em meio a um todo que tão pouco lida com a verdade, ainda que relativa pode ser tratada a mesma, contrapõem a silueta de um tronco piramidal invertido, dinstacando os distintos vértices, em o que pode-se chamar: dediferentes dimensões. E daí vem não famoso mas subliminar - “ocultar o ser para se superar o não ter” - o que não passa de bobagem. Aprendem todos aqui o quão importante se torna quando se mente sobre o que se sente, sobre o que se quer. É tão notório observar as lícitas e errôneas subjugações do ser humano que se teme a repetir aquilo que o outro quer ouvir. Se não se dá conta do que estou a dizer, é simples. Pense em quantas vezes você já mentiu apenas por educação? Oferecer uma comida que você não gostaria de dividir, mas que aprendeu a dizer e ser retraido do seu querer; comprimentar alguém apenas pra ser bem visto pela mesma pessoa, ou por outra; oferecer lugar, agradecer, dentre outros. Aprende também o cidadão, a se contemplar com o que se tem, ficando assim de forma estagnada, aprogressiva, o que não quer dizer que se regresse ao oriundo, mas não se exalta ao máximo, sendo assim, concreto de sua própria façanha. Digo de forma mais simples que, injetado não só no pensamento mas na falácia de cada homem, está essa mania charlataniana de achar que o que é bom é aquilo que se tem. Mito. Mentem, muito. Queira Mais. Faça Mais. Tenha Mais.

Digamos que sejamos “alguéns” cuja fortuna é nada mais do que a roupa que se cobre e os dentes que se caem. Ficamos apreensivos pela mudança, mas nada fazemos para moldar-nos. Consentimos que somos ricos, em que cada um tem a sua saúde e o seu jeito ainda que podre, de viver. De dever, sem devir. É tão óbvio a escassez de conteúdo umanitário e unitário. Deixam-se discaradamente estampado em rostos alheios, a manipulação disseminada de uma aristocracia  dislexa, dando ao pobre o que é dele, ilusão referente ao reconhecimento. Alusão a todas as hitórias de contos de fadas. Seu principe sempre será principe, sua bruxa sempre será bruxa. Levando mais adiante, seu principe se torna rei; sua bruxa se torna rã.
Esse é o ensinamento que se tem, ensinam todos a serem mais, mas esquecem de ensinarem que quase ninguém chega lá. E mais, pra um poder chegar, todos teem que cair, e os que caem, vão para lá pegar um pedaço do que não se conseguiu. É assim que é e é assim que tem que ser. Enquanto eu estou aqui em baixo, vou fazer de tudo pra pegar um pedaço para mim. E quando eu estiver lá em cima, eu farei de tudo pra esconder e não deixar ninguém chegar perto. Não adianta esconder as vontades, as certezas. Erros e acertos não são constantes para todos os referenciais inerciais. Imperfeição em cada discrição é o mais perfeito dos seres.

O que a minha opinião desse fato implica é que em toda parte você incentiva o ser humano a crescer, financeiramente (pois é disso que se trata o mundo, é em torno disso que o mundo gira e pra ele deixar de girar, é só saber o preço certo). Ensinam a todos como é bom o “ter” e como é disfrutar do gastar. Mas por mero descuido (o que sinceramente eu não acredito), é que eles dão informações para que se você não for um vencendor, você se contentar com o que é ser um perdedor (o que na verdade todos somos). E é tão fácil abordar isso, pois quando você reler essa frase, você me julgará e esquecerá de se observar e entender o que eu quero dizer. Eles te dão o ar de saborear o queijo. Um pedaço para milhões. Em um quarto onde não há se quer um centimetro sem ratoeira. Eles dão a largada. Eles dão o prêmio de consolação, uma simples frase como: “o importante é ter saúde”, e essa mesma frase pode variar de acordo com sua cresça, religião, criação, região. Não. Não entendem? As pessoas teem medo de morrer, por isso se importam com a saúde, amizade, amores, família. Efêmeridades. Não que eu esteja desleixando, pejorativamente dos sentimentos. Porque se estivesse, seria algo muito mais chocante. É simples, o seu medo metódico é a simples lei da vida. Nasça, viva, morra. O seu prêmio não pode ser um simples “pelo menos eu estou vivo”. Não. Que esteja morto, mas que esteja rico. Chego no ponto crucial do desfeixo do texto. Sim seja rico. Seja rico em dinheiro, seja rico em posse, em ter. Não digo que não é para ser rico em amizades, amores, saúde. Se você tiver tudo, pode morrer. E sim essa é a verdade. E eu digo porque.

Nasça. Com um propósito: Viver. E para viver, faça acontecer, mude tudo que quiser, não é verdade que para ter dinheiro você tem de deixar todo o resto, é apenas uma passagem de estado, estar em movimento é melhor do que estar parado. Consiga tudo, conquiste tudo.

Viva. Com tudo que pode ter, seu direito de viver está aqui, você não sabe o que há de vir quando morrer. E pode ter certeza, você vai. Então saiba viver da melhor maneira, não quer dizer que você vá morrer amanhã. Então não se mate a cada dia, enriqueça pra poder viver do jeito que quer. Gaste seu dinheiro para não deixar nada a ninguém, pois ele é seu. Mas não gaste tudo antes de você ir embora.

Morra.

E depois faça o que tiver que fazer, mas antes, seja rico. Porque eu vou te roubar. E se eu for rico, me roubem sem me matar.

Porque enquanto estamos daqui olhando pros poderosos, queremos estar lá. Mas quando estivermos lá, os daqui de baixo estarão querendo o nosso lugar.

(David Meireles.: – Mundo Louco – 04 de janeiro de 2011)