terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dinheiro –“Resenha crítica ao ideal não abtual social empregado” por David Meireles

Em um dia de chuva, como esse, me passa pela cabeça idéias de um algo que não se pode dizer. Diante de uma visão de opressão travestida de liberdade fingida como a que se vive, tem-se de cuidar das palavras ditas e até mesmo as não ditas, as “dizidas”, os dizeres, os desastres sempre caem sobre os menos “disfrutosos”.

É fato que como aqualquer lei da natureza se perdura socialmente também para indivíduos de ambição monetária e não só na teoria, como na prática. O intuito de cada ser é o ter do outro, mas o efeito é qua de cada ser se acresce ao mesmo, o próprio ter, seja negativo ou positivo, dependendo apenas do ser. É fácil perceber a jogada de marketing, por uma simples frase metódica: “o rico fica mais rico e o pobre, cada vez mais pobre”.

Dar-se-à então início a velha discussão inflacionária. Ter é poder?

Faço das minhas palavras uma resposta sem cancelas, nem celas, porque como já avaliado, poda-se muito do que se tem para poder viver entre os outréns. Começo assim o intuito de dizer que nada se tem apenas por intuito e sim por ter.

Conceituam a sua existência, de modo falho e distorcido do que realmente se faz. O que se diz não é o que se pratica. Em meio a um todo que tão pouco lida com a verdade, ainda que relativa pode ser tratada a mesma, contrapõem a silueta de um tronco piramidal invertido, dinstacando os distintos vértices, em o que pode-se chamar: dediferentes dimensões. E daí vem não famoso mas subliminar - “ocultar o ser para se superar o não ter” - o que não passa de bobagem. Aprendem todos aqui o quão importante se torna quando se mente sobre o que se sente, sobre o que se quer. É tão notório observar as lícitas e errôneas subjugações do ser humano que se teme a repetir aquilo que o outro quer ouvir. Se não se dá conta do que estou a dizer, é simples. Pense em quantas vezes você já mentiu apenas por educação? Oferecer uma comida que você não gostaria de dividir, mas que aprendeu a dizer e ser retraido do seu querer; comprimentar alguém apenas pra ser bem visto pela mesma pessoa, ou por outra; oferecer lugar, agradecer, dentre outros. Aprende também o cidadão, a se contemplar com o que se tem, ficando assim de forma estagnada, aprogressiva, o que não quer dizer que se regresse ao oriundo, mas não se exalta ao máximo, sendo assim, concreto de sua própria façanha. Digo de forma mais simples que, injetado não só no pensamento mas na falácia de cada homem, está essa mania charlataniana de achar que o que é bom é aquilo que se tem. Mito. Mentem, muito. Queira Mais. Faça Mais. Tenha Mais.

Digamos que sejamos “alguéns” cuja fortuna é nada mais do que a roupa que se cobre e os dentes que se caem. Ficamos apreensivos pela mudança, mas nada fazemos para moldar-nos. Consentimos que somos ricos, em que cada um tem a sua saúde e o seu jeito ainda que podre, de viver. De dever, sem devir. É tão óbvio a escassez de conteúdo umanitário e unitário. Deixam-se discaradamente estampado em rostos alheios, a manipulação disseminada de uma aristocracia  dislexa, dando ao pobre o que é dele, ilusão referente ao reconhecimento. Alusão a todas as hitórias de contos de fadas. Seu principe sempre será principe, sua bruxa sempre será bruxa. Levando mais adiante, seu principe se torna rei; sua bruxa se torna rã.
Esse é o ensinamento que se tem, ensinam todos a serem mais, mas esquecem de ensinarem que quase ninguém chega lá. E mais, pra um poder chegar, todos teem que cair, e os que caem, vão para lá pegar um pedaço do que não se conseguiu. É assim que é e é assim que tem que ser. Enquanto eu estou aqui em baixo, vou fazer de tudo pra pegar um pedaço para mim. E quando eu estiver lá em cima, eu farei de tudo pra esconder e não deixar ninguém chegar perto. Não adianta esconder as vontades, as certezas. Erros e acertos não são constantes para todos os referenciais inerciais. Imperfeição em cada discrição é o mais perfeito dos seres.

O que a minha opinião desse fato implica é que em toda parte você incentiva o ser humano a crescer, financeiramente (pois é disso que se trata o mundo, é em torno disso que o mundo gira e pra ele deixar de girar, é só saber o preço certo). Ensinam a todos como é bom o “ter” e como é disfrutar do gastar. Mas por mero descuido (o que sinceramente eu não acredito), é que eles dão informações para que se você não for um vencendor, você se contentar com o que é ser um perdedor (o que na verdade todos somos). E é tão fácil abordar isso, pois quando você reler essa frase, você me julgará e esquecerá de se observar e entender o que eu quero dizer. Eles te dão o ar de saborear o queijo. Um pedaço para milhões. Em um quarto onde não há se quer um centimetro sem ratoeira. Eles dão a largada. Eles dão o prêmio de consolação, uma simples frase como: “o importante é ter saúde”, e essa mesma frase pode variar de acordo com sua cresça, religião, criação, região. Não. Não entendem? As pessoas teem medo de morrer, por isso se importam com a saúde, amizade, amores, família. Efêmeridades. Não que eu esteja desleixando, pejorativamente dos sentimentos. Porque se estivesse, seria algo muito mais chocante. É simples, o seu medo metódico é a simples lei da vida. Nasça, viva, morra. O seu prêmio não pode ser um simples “pelo menos eu estou vivo”. Não. Que esteja morto, mas que esteja rico. Chego no ponto crucial do desfeixo do texto. Sim seja rico. Seja rico em dinheiro, seja rico em posse, em ter. Não digo que não é para ser rico em amizades, amores, saúde. Se você tiver tudo, pode morrer. E sim essa é a verdade. E eu digo porque.

Nasça. Com um propósito: Viver. E para viver, faça acontecer, mude tudo que quiser, não é verdade que para ter dinheiro você tem de deixar todo o resto, é apenas uma passagem de estado, estar em movimento é melhor do que estar parado. Consiga tudo, conquiste tudo.

Viva. Com tudo que pode ter, seu direito de viver está aqui, você não sabe o que há de vir quando morrer. E pode ter certeza, você vai. Então saiba viver da melhor maneira, não quer dizer que você vá morrer amanhã. Então não se mate a cada dia, enriqueça pra poder viver do jeito que quer. Gaste seu dinheiro para não deixar nada a ninguém, pois ele é seu. Mas não gaste tudo antes de você ir embora.

Morra.

E depois faça o que tiver que fazer, mas antes, seja rico. Porque eu vou te roubar. E se eu for rico, me roubem sem me matar.

Porque enquanto estamos daqui olhando pros poderosos, queremos estar lá. Mas quando estivermos lá, os daqui de baixo estarão querendo o nosso lugar.

(David Meireles.: – Mundo Louco – 04 de janeiro de 2011)

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