sábado, 18 de setembro de 2010

LEMBRETE

Eu não sou Culto, nem sou Louco. Nem sou Chato, ou Legal
Não sou Muito, nem tão Pouco. Não sou nenhum Macaco, mas não sou Normal
Não sou ‘Puto’, nem Disputo. Não Escuto, muito menos Insulto
Não sou Trem, nem sou Fumaça. Nem Ladrilho, nem Vidraça
Não sou Colo, nem Descolo. Não Descuido, em Dizer Tudo
Não sou Passo, nem Palhaço. Não Desfaço o laço, mas não sou de Aço
Que Cansaço. Não, não sou despacho, não sei o que Acho.

Devo ser aquilo que contei, que falei e pensei, mas não recitei
Aquilo que deixei, mas que um dia eu verei.
E que larguei de lado, mas me encontrei sentado
Que Amei, como Amei. Que Confiei, Lamentei e Chorei
Que Superei, Desleixei. Mas que na verdade nem eu Sei.

Queria ser aquele novato na Turma
Sentado na ultima carteira Noturna
Aquele estranho diferente Isolado
No fim da sala pensado, quase Deitado
Olhando pra janela e lembrando em algo
Que já já, irá se dissipar em um breve recordar
E da memória pra sempre se Perderá
Mas não tem importância, e se Há,
É irrelevante Ressaltar
Eu gostaria de ser o estranho de Lá
Porque eu sei que você Olharia
E mesmo que demorasse um tempo, me Visitaria
Andando pro fim da sala a Comentar
E puxando papo comigo, iria se Sentar
Conversar, Discutir e Dialogar
Sorrir e Deitar e quem sabe Sonhar.

Mas, você já me conhece, e o desconhecido já não existe Mais
Você sabe quem eu sou, sabe de tudo que me da Paz
Sabe o meu valor e o tanto que suporta desse Rapaz
Então vira a cara como se eu fosse um problemático deficiente
E me diz que ta tudo bem e não há nada de diferente
Mente, mente e mente. A mentira que se não mais Sente
Displicente

Por isto, eu fico aqui sentado na ultima cadeira
Olhando pra janela e pensando em algo
Que já já irá se dissipar e eu não vou mais me Lembrar.
Mas dessa vez eu trouxe um lápis pra tentar Anotar
Tudo aquilo que na minha mente Passar
Ta difícil, porque eu só vejo a visita que você me Fez
Quando veio até aqui no final da sala pra Sonhar
Só que essa lembrança, já se Desfez.
E eu tento deixar aqui escrito, algo que eu quero Encontrar
Daqui a um tempo, quando a parte que falta se Agregar
Novamente eu voltarei a escrever com minha Mão
Quando eu tiver meu apoio de volta, ao em vez de um Vão.
Pra tentar terminar esse Lembrete, antes que eu em esqueça sobre o que me Queixava
Então me diz logo o final do verbete, me completa, me leva pro lugar de que tanto falava.
A idéia é sempre ter um foco pra não se perder, e sempre poder te ver

Mas onde é que eu estava... 

(D.J.N.Meireles.:)

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