quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dorminhando

... A noite antes de dormir, eu vou a cozinha e pego uma barra de chocolate, um copo d’água, e quando volto tomo em mãos uma foto sua.
Se quer saber:
O chocolate é pra comer
Pra tentar adocicar o gosto amargo que me fica no pensamento.
A água é pra beber
Pra tentar limpar toda sujeira que me agarra a mente.
E a foto é pra te ver
Pra tentar te ter o mais perto de mim, ainda que distante.
Pra sentir sua respiração ofegante e me deliciar com seu olhar cativante.
Passa um momento e eu apenas puxo o cobertor, e virando de lado eu fecho os olhos.
Pra tentar ...
não dormir, mas sim sonhar ...
(D.J.N.Meireles.:)

de fases:

tem horas que ela é cheia
de graça e amor pra dar
e me envolve num aconchego
 que me faz perder o ar

tem horas que ela está minguada
deitada lá sem se virar, nem falar
fica debruçada, de bico, emburrada
e eu doido pra beijar

tem horas que ela é crescente
de idéias, de fazeres, de sei lá
gigante em prazeres, sonhos quentes
ela viaja em seu amor, e no amar

tem horas que é nova
que é de um sorriso menina
revigora minha vida, me faz viver
entusiasmante que nem ela sabe que há

tem horas, e tem outros...
senhoras, e são todos...
os momentos que me faz bem ... que me faz ir além ... que me ama
tem todas as horas que mesmo triste ou abatida, feliz; de amor me chama

(D.J.N.Meireles.: - 23 de Fevereiro de 2009 - 21:40)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um Pouco Louco

... E os loucos, do que valem eles, se não um mero descuido do acaso?
Valem meros papeis picados, ou valem tudo na casa dos casos?
De que existem, porque não desistem?
De quem sentistes, por quem não vistes...
Eu realmente penso, mas gostaria de dizer
Porque os loucos não têm medo, se há muito que temer?
Eu realmente temo, mas tenho que lhe dizer
Que sou um louco-amado apaixonado por você
Eu não sou doido.
Eu sou um louco. Um louco-melo
Um pouco-celo. Um cado há pelo
Um diz: espero. Um dez anelo
Um muito esmelo, e um pouco, mas só um pouco belo.
Mas não menos, nem mais que um simples ... Eu te quero.
(D.J.N.Meireles.:)

domingo, 26 de setembro de 2010

FeCHaDuRa

É tão fácil se esconder dos outros
Fingir que é invísível pra não suportar
É tão difícil se mostrar a todos
Contar seus sonhos, e o medo que há
Fica se escondendo e prefere ir ao porto
E da conversa se ausentar
Inventa a história de ser decifrada pouco a pouco
Mas na verdade não deixa ninguém se aproximar
A chave está em minhas mãos, nas mãos de um tolo
Mas por que você fecha todas as portas e não me deixa entrar
Não entendo porque fica brincando pensando que sou oco
Sua pergunta eu já ouvi, agora me deixa responder
Deixe-me tentar falar, pra tu ver, só pra eu poder
Mostrar-te que são charadas de uma resposta só
Isto não é um jogo pra você ficar assim
Desse jeito tudo fica em pó
Mas sempre recomeçará de um novo fim
Decifrar-te não me é possível na verdade
Por isso digo coisas absurdas, sabendo que você finge
Eu só queria entrar pra poder te entregar a chave
Por que em verdade, tu não quer ser decifrada Minha Esfinge
(D.J.N. Meireles)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mudo Violão

de madeira cortado, lapidado, colado
sem som, sem acorde... me acorde
sou peso sem sonante, pelo que me recorde
somos lado a lado...

sem corda as notas não soam
me falta você pra abraçar meu todo
de ponta em ponta, em'volto
com os sonhos que hoje voam

sou assim um tanto de eco
sem você sou violão mudo
faço barulho,
mas, não música e peco

sou batuque de quem bater
sou até um pedçao de pau
não sendo dedilhado de musical
não sou chama pra te aquecer

então me chama, me toca em prelúdio, me faz teu som
me faz bossa nova, de novas vivencias
canta o meu samba/rock com veemência
toque as casas, me leva pra casa em nosso tom
(D.J.N.Meireles - 00:40 - 25 de Junho de 2009)

Veleeiro

‘De Luz A Vela, de Noite Acesa’ -
Sempre que a casa sem eletricidade se encontra, o pensamento viaja, os detalhes se sobressaem.
Sempre que há o ‘Escuro’, há o Medo e a Curiosidade, A vontade...
E ali está ela, no pires, com sua chama que não somente ilumina, mas aquece...
O fogo que te sobe o ventre e escorre pelas bordas, queimando cada vez mais.
Porém, ao em vez de aumentar o desejo, o Amor e a Chama, se extinguem.
Onde a sombra some e a luz elétrica volta. E no pires, só há borrões tão patéticos que nem valorizamos o que havia antes...
A escuridão acaba, você para de analisar os detalhes, de escrever e descrever... Porque tudo parou de queimar, de acontecer.
No próximo túnel você não vai ficar cega, e nem nos outros, pois a Vela estará lá...
O interessante é que a cada apagão, se compra uma nova caixa de velas, que só muda a embalagem, ou as vezes não, mas queimam do mesmo jeito...
As Velas, você usa sempre que quer, e sempre será...
Mas Eu, apareço de surpresa pra te criar o medo e a curiosidade, na vontade da escuridão.
Um pouco antes de dormir (para dar boa noite) e logos depois que fecha os olhos, pra te acompanhar nos sonhos, enquanto não amanhece...
Porque a falta de Luz sou Eu... E eu não te Ofusco, na verdade te dou Coragem.
(D.J.N.Meireles)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Enredo

Um velho dia
O encontro
O presente
A melodia

As palavras
Suas mãos
Um beijo
Que Alegria

Um Pedido
Uma noite
Um sonho
A calmaria

Um até breve
Um olá
Um sentimento
A loteria

Alguns filmes
Outras músicas
Umas idéias
Que correria

Um tempo aqui
Um tempo lá
Uma promessa
Talvez viria

Uma praça
Um olhar
Um sorriso
Quão perfeito seria

Um coração
Um calor
Um prazer
Quem explicaria?

Um frio
Uma distância
Uma briga
Desentenderia

Um bebê
Um palhaço
Um louco
Que letargia

Uma esperança
Uma oração
A noite
Um novo dia ...
(D.J.N.Meireles.:)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

2:50

Hoje eu acordei
10 pras 3h da madrugada
Acordei sem ter o que abraçar
Acordei sem sentir mais nada
Acordei com um aperto no coração

Acordei de um sonho
Talvez estivesse caindo ou correndo
Mas creio que não
Hoje eu acordei de uma hibernação

Acordei e sonambulei pelo meu quarto
Sem dar um único passo
Acordei pensando que era um sonho
Mais sonhei que estava dormindo
E acordei no chão

Acordei com um peso em cima
Acordei e fiquei
Pois não tinha ninguém lá
Talvez, queria que tivesse alguém
Só pra não ter acordado em vão

Hoje eu acordei
10 pras 3h da madrugada
2:50 como o relógio mostrava
Hoje eu acordei, mas queria apenas dormir
Nem que fosse por 5 minutos e voltar a sonhar
Pois 5 minutos podem ser eternos
E 5 minutos, não seriam atoa não
(D.J.N.Meireles.:)

sábado, 18 de setembro de 2010

LEMBRETE

Eu não sou Culto, nem sou Louco. Nem sou Chato, ou Legal
Não sou Muito, nem tão Pouco. Não sou nenhum Macaco, mas não sou Normal
Não sou ‘Puto’, nem Disputo. Não Escuto, muito menos Insulto
Não sou Trem, nem sou Fumaça. Nem Ladrilho, nem Vidraça
Não sou Colo, nem Descolo. Não Descuido, em Dizer Tudo
Não sou Passo, nem Palhaço. Não Desfaço o laço, mas não sou de Aço
Que Cansaço. Não, não sou despacho, não sei o que Acho.

Devo ser aquilo que contei, que falei e pensei, mas não recitei
Aquilo que deixei, mas que um dia eu verei.
E que larguei de lado, mas me encontrei sentado
Que Amei, como Amei. Que Confiei, Lamentei e Chorei
Que Superei, Desleixei. Mas que na verdade nem eu Sei.

Queria ser aquele novato na Turma
Sentado na ultima carteira Noturna
Aquele estranho diferente Isolado
No fim da sala pensado, quase Deitado
Olhando pra janela e lembrando em algo
Que já já, irá se dissipar em um breve recordar
E da memória pra sempre se Perderá
Mas não tem importância, e se Há,
É irrelevante Ressaltar
Eu gostaria de ser o estranho de Lá
Porque eu sei que você Olharia
E mesmo que demorasse um tempo, me Visitaria
Andando pro fim da sala a Comentar
E puxando papo comigo, iria se Sentar
Conversar, Discutir e Dialogar
Sorrir e Deitar e quem sabe Sonhar.

Mas, você já me conhece, e o desconhecido já não existe Mais
Você sabe quem eu sou, sabe de tudo que me da Paz
Sabe o meu valor e o tanto que suporta desse Rapaz
Então vira a cara como se eu fosse um problemático deficiente
E me diz que ta tudo bem e não há nada de diferente
Mente, mente e mente. A mentira que se não mais Sente
Displicente

Por isto, eu fico aqui sentado na ultima cadeira
Olhando pra janela e pensando em algo
Que já já irá se dissipar e eu não vou mais me Lembrar.
Mas dessa vez eu trouxe um lápis pra tentar Anotar
Tudo aquilo que na minha mente Passar
Ta difícil, porque eu só vejo a visita que você me Fez
Quando veio até aqui no final da sala pra Sonhar
Só que essa lembrança, já se Desfez.
E eu tento deixar aqui escrito, algo que eu quero Encontrar
Daqui a um tempo, quando a parte que falta se Agregar
Novamente eu voltarei a escrever com minha Mão
Quando eu tiver meu apoio de volta, ao em vez de um Vão.
Pra tentar terminar esse Lembrete, antes que eu em esqueça sobre o que me Queixava
Então me diz logo o final do verbete, me completa, me leva pro lugar de que tanto falava.
A idéia é sempre ter um foco pra não se perder, e sempre poder te ver

Mas onde é que eu estava... 

(D.J.N.Meireles.:)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Por Sons que Agem (Personagens)


... Olho no espelho as rugas de tantas aflições
A tinta, o pó, a pele pinta no rosto as minhas emoções
O fim da peça, o que me resta a saudação de pé no chão
Inteiros, metades iguais... se juntam às minhas façanhas finais
Me apareço e me apresso, de uma lembrança partida
E me convoco a evocação de meus olhares alheios, eternos e atentos
Me comprimento de mão em mão e me faço mérito dos meus talentos
Daqui de dentro; sou todos eles e acredito que todos sou eu
Esquizofrenia dislexa da paranóia anexada na mente de quem viveu

Me apresento então Eu... hoje, simplesmente como você
Mas já fui de um tanto dengo, denso e danço ao longo do tempo
Já fui sonhador, aprendiz de cantador... andarilho de voador
Sumiço de quem criou, acorde de quem inventou... Fui menino de repente
Fui criança para sempre, fui agente de tanta gente... pacificador do que sente
Um dia um Pirata me deixou a moeda, na sorte me lancei e mares naveguei
Outro nesse, me vinguei, fui ator e atuei... Andei, me desfiz de tanta retenção, da prisão
Fui viver, Cigano, El Mariachi, desatado das cordas... e me ‘acordoei’ nas vozes
Vocalização de violão, com corpo de Eva, lirismo de Adão... Me fiz Amante
Paixão... e todas me levavam o Coração, pra mais de mil ou cem em um milhão...
Don de lá, de cá, Revolução! Correria de artesão, pintor do sertão e aqüífero da multidão
Fui inventado, e me desenhei, passei e como passa a paz do ser? Não sei.
Em preto e branco, em linha de algodão, de chapéu e luva nas mãos
De nariz vermelho e cabelo azul, de tanta coisa me vesti nesse palco em vão
Sei não... Se não, quem me viu apresentar, presença e aplauso de um vago
Escasso, desfaço o laço da cortina e a doutrina me ‘laceia’ n’outra vez...
... D’outro modo me satisfaz a vivencia comigo mesmo, e a sobrevivência que sigo amigo
E a mentira que me corroe e me liberta, que corrige e me afeta a alma, me faz sorri
Pra me divertir, fazendo acreditar que tu acredita no que me condiz... decreto que se diz
Veraneio, desavença de Eu com tu e ele ao mesmo tempo que nós nos apresentemos
Espero o espelho desembaçar, e o palco clarear... pra poder me despedir daquele que está
Um tanto quanto calmo, no canto a esboçar... minha cara de final e alegre a despertar
Que acredita no meu nome, hoje agora e sempre... como homem de que conta o ponto aumenta a frente, mas não mente...
E depois da máscara que eu ponho na mesa, minha marca se opõe a mesma
Me assento na cadeira e um dia tento ser menos personagem que eu sou
Olho para o palco e imagino algo que alguém mostrou
Que na verdade, a verdade somente na mentira não mente no ver a idade
Mas sente no ser a metade, não vende a verdade de ver mente e coração
E eu me perco na cidade do ser real ou imaginação ...
(D.J.N.Meireles.:)